O Edema Macular por Uveíte é uma das principais causas de perda visual em pacientes com inflamação intraocular (uveíte aguda ou crônica). Essa condição resulta do acúmulo de fluido na retina devido à quebra da barreira hemato-retiniana, desencadeada pelo processo inflamatório. Sem o diagnóstico e tratamento adequados, o Edema Macular por Uveíte pode levar a danos visuais irreversíveis.
Neste artigo, abordaremos as principais causas, diagnóstico e opções de tratamento para o edema macular associado à uveíte.

O Que é o Edema Macular por Uveíte?
O edema macular ocorre quando há acúmulo anormal de fluido na mácula, uma região central da retina responsável pela visão nítida e detalhada. Esse inchaço pode distorcer a visão central, tornando atividades como leitura e reconhecimento de rostos desafiadoras. Quando essa condição ocorre devido à uveíte, ela é chamada de edema macular por uveíte.
A uveíte é uma inflamação intraocular que pode afetar diferentes partes do olho, incluindo a íris, corpo ciliar e retina. Como consequência dessa inflamação, os vasos sanguíneos da retina tornam-se mais permeáveis, permitindo o extravasamento de fluido para a mácula, resultando no edema macular.
O Que é Edema Macular por Uveíte?
A Uveíte é a inflamação do trato uveal (íris, corpo ciliar, retina e coroides), podendo ser classificada em anterior, intermediária, posterior ou panuveíte, conforme a localização da inflamação. Quando essa inflamação afeta a mácula, ocorre o Edema Macular por Uveíte ou Edema Macular Uveítico (UME), caracterizado pelo acúmulo de líquido nas camadas da retina, comprometendo a função visual.
Esse edema é decorrente da ruptura da barreira hemato-retiniana, que leva ao vazamento de fluido dos vasos sanguíneos para a retina. A condição pode estar presente em qualquer tipo de uveíte, mas é mais frequente nos casos de uveíte intermediária (40-60%), panuveíte (53-64%) e posterior (28-43%).
Principais Causas do Edema Macular por Uveíte
A Uveíte pode ocorrer por diversas razões, e identificar a causa correta é essencial para definir o tratamento adequado. Entre as principais causas de Edema Macular por Uveíte, destacam-se:
Doenças Autoimunes sistêmicas – Condições como artrite reumatoide, espondilite anquilosante, lúpus eritematoso sistêmico, sarcoidose e doença de Behçet podem levar a inflamação ocular crônica.
Doenças oculares: Como Coroidite Multifocal, Coriorretinopatia de Birdshot, uveíte de recuperação imune, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada.
Infecções Oculares – A toxoplasmose ocular, sífilis, tuberculose, retinite por CMV, necrose retiniana aguda e outras infecções podem desencadear uveíte e edema macular.
Traumas oculares – Lesões ou cirurgias oftalmológicas prévias podem provocar inflamação crônica (oftalmia simpática).
Doenças neoplásicas: Leucemias, linfomas e síndromes paraneoplásicas também podem estar associadas.
Sintomas do Edema Macular por Uveíte
Os sintomas do edema macular por uveíte podem variar conforme a gravidade da inflamação, mas os mais comuns incluem:
🔹 Visão embaçada ou turva – Dificuldade para enxergar detalhes finos.
🔹 Metamorfopsia – As linhas retas parecem onduladas ou distorcidas.
🔹 Mancha escura na visão central – Sensação de “nuvem” ou sombra no campo de visão.
🔹 Sensibilidade à luz (fotofobia) – O olho pode ficar mais sensível à luz intensa.
🔹 Alteração na percepção de cores – As cores podem parecer desbotadas ou menos vibrantes.
Caso apresente qualquer um desses sintomas, procure um oftalmologista imediatamente!
Como é Feito o Diagnóstico?
O diagnóstico do edema macular por uveíte é realizado através de exames oftalmológicos detalhados, como:
Exame de fundo de olho – Permite visualizar a retina e detectar sinais de inflamação.
Tomografia de Coerência Óptica (OCT) – Avalia o grau de espessamento da mácula e a presença de fluido.
Foto do segmento anterior revela inflamação ocular grave: (A) sinequias posteriores e e depósito de fibrina na íris; (B) OCT evidencia Edema Macular por Uveíte com acúmulo de líquido. Angiografia com Fluoresceína – Identifica áreas de vazamento vascular na retina.
Angiografia por Indocianina Verde – Auxilia no diagnóstico de inflamação coroidal.
Ultrassonografia ocular – Pode ser utilizada em casos de inflamação severa para avaliar a estrutura ocular.
O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações e iniciar o tratamento adequado.
Diagnóstico Diferencial
O edema macular por uveíte pode ser confundido com outras condições que também causam inchaço na mácula, como:
Edema macular diabético – Relacionado ao diabetes descontrolado.
Degeneração macular relacionada à idade (DMRI)
Oclusões venosas da retina – Problema vascular que leva ao inchaço da mácula.
Síndrome de Irvine-Gass – Edema macular secundário a cirurgia de catarata.
A diferenciação correta dessas condições é fundamental para garantir um tratamento eficaz.
Tratamento do Edema Macular por Uveíte
O tratamento do UME tem como principal objetivo reduzir a inflamação e restaurar a função visual. As opções terapêuticas incluem:
Corticosteroides – Principal linha de tratamento
Colírios: Indicado para casos leves, especialmente na uveíte anterior.
Injeções perioculares (sub-Tenon e intravítreas): Usadas para edema persistente.
Implantes intravítreos (Dexametasona e Fluocinolona): Liberação sustentada de corticoide, reduzindo a necessidade de múltiplas injeções.
Anti-inflamatórios Não Esteroides (AINEs)
Podem ser usados como adjuvantes ao tratamento com corticoides, principalmente em uveítes anteriores.
Imunossupressores e Biológicos
Metotrexato, Micofenolato de Mofetila, Azatioprina, Ciclosporina e Tacrolimus: Utilizados em casos recorrentes ou resistentes a corticoides.
Anti-TNFα (Adalimumabe e Infliximabe): Indicados para uveítes não infecciosas graves.
Metotrexato intravítreo: Pode ser considerado quando corticosteroides perioculares ou intravítreos são contraindicados ou ineficazes.
Anti-VEGF (Fator de Crescimento Endotelial Vascular):
O Bevacizumabe e Ranibizumabe são usados principalmente para complicações neovasculares da uveíte, mas podem ser considerados como tratamento de segunda linha para Edema Macular por Uveíte.
Tratamento cirúrgico
O Edema Macular por Uveíte na presença de tração hialóide na mácula e membranas epirretinianas densas pode necessitar de intervenção cirúrgica.
A Vitrectomia via Pars Plana pode melhorar a anatomia e a visão em casos de tração hialóide macular. Em Edema Macular por Uveíte refratário sem tração, a vitrectomia é controversa.
Terapias Emergentes
Novos agentes biológicos estão sendo estudados para o controle do edema macular crônico e refratário. Entre eles:
Anti-IL-1β (Gevokizumabe): Injeções subcutâneas têm mostrado eficácia no tratamento de uveíte refratária e edema macular em doenças como a doença de Behçet, reduzindo a inflamação e prevenindo o desenvolvimento de edema.
Anti-IL-6 (Tocilizumabe): Demonstrou eficácia em casos de edema macular refratário a tratamentos convencionais. A melhora foi mantida por até 24 meses.
Rituximab: Usado em casos refratários de uveíte não infecciosa, pode ser eficaz no controle de inflamação e edema macular, com efeitos colaterais geralmente leves, como reações à infusão, mas também há relatos raros de leucoencefalopatia multifocal progressiva.
Efalizumab: Anti-CD11a, demonstrou melhora da visão e redução do edema em pacientes com uveíte não infecciosa, com efeitos colaterais leves e transitórios.
O manejo do Edema Macular por Uveíte é desafiador e requer uma abordagem personalizada baseada na gravidade da inflamação, nas comorbidades do paciente e na resposta ao tratamento.
Prevenção e Prognóstico
O prognóstico do Edema Macular por Uveíte varia conforme a rapidez no diagnóstico e a eficácia do tratamento. Casos tratados precocemente podem apresentar boa recuperação visual, enquanto aqueles com inflamação crônica e recorrente podem levar a sequelas irreversíveis.
Para reduzir o risco de complicações:
Realize acompanhamento regular com Oftalmologista Especialista em Uveíte.
Monitore a resposta ao tratamento com exames de imagem.
Siga corretamente as orientações médicas.
O Que Acontece se Não Tratar?
A falta de tratamento adequado pode levar a danos irreversíveis à retina, resultando em perda visual permanente. O edema macular crônico pode causar fibrose e cicatrizes na mácula, comprometendo a visão central de forma definitiva.
Por isso, não ignore os sintomas e procure um especialista o mais rápido possível!
Conclusão: Proteja Sua Visão!
O Edema Macular por Uveíte é uma das principais causas de perda visual em pacientes com inflamação ocular. Seu diagnóstico precoce e tratamento adequado são essenciais para preservar a visão e evitar complicações irreversíveis.
Se você apresenta sintomas como visão borrada, manchas no campo visual ou sensibilidade à luz, é fundamental buscar avaliação com um Especialista em Uveítes. O acompanhamento médico adequado permite o controle da inflamação e a proteção da saúde da retina.
Excelência em Uveítes na Clínica EYECO Oftalmologia
Na Clínica EYECO Oftalmologia, entendemos a complexidade do Edema Macular por Uveíte e oferecemos atendimento altamente especializado. Contamos com um dos principais Especialistas na Uvéites, Referência Nacional e Internacional, com ampla experiência clínica, publicações científicas e participação ativa em congressos cientificos.
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Responsável: Dr. Ever Ernesto Caso Rodriguez | CRM-SP: 160.376
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